Pesquisar este blog

Nosso Blog é melhor visualizado no navegador Mozilla Firefox.

Total de visualizações de página

Translate

Seguidores

sábado, 22 de janeiro de 2011

O Elogio ao Progresso na obra dos Intelectuais de Umbanda

O Elogio ao Progresso na obra dos Intelectuais de Umbanda

Artur Cesar Isaia (UFSC)

A data tida como marco "oficial" do nascimento da Umbanda foi o 15 de novembro de 1908, quando, em uma sessão espírita kardecista, "manifestou-se" pela primeira vez, no Estado do Rio de Janeiro, o caboclo das Sete Encruzilhadas. Essa entidade traria a mensagem fundadora da Umbanda, através da mediunidade de um homem comum, residente na cidade de Neves, no Rio de Janeiro: Zélio Fernandino de Moraes. Zélio, egresso do kardecismo, teria sofrido uma grave enfermidade que o tornara paraplégico. O relato de sua cura, da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas revelando a missão de Zélio de fundar uma nova religião, forma o que Brown denomina de "mito de origem"1 da Umbanda. Pensamos que a significação desse "mito de origem" merece ser explorada para compreendermos a riqueza simbólica do mesmo. Se, como Brown observa, não se pode, com cerrteza absoluta, afirmar-se que Zélio de Moraes tenha "fundado" a Umbanda2, a data da primeira manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a ser aceita pela maioria dos umbandistas como o marco inicial da nova religião, corroborando a idéia de "mito de origem". Por outro lado, é bastante sintomático que essse marco fundador coincida com uma data tão significativa para a "biografia" do Estado brasileiro, como a comemoração do advento do regime republicano. A afirmação da relação entre a história recente do Brasil e o surgimento da Umbanda é constante na obra de intelectuais umbandistas da primeira metade do século, que assumem um caráter claramente evolucionista. Nesta visão, o surgimento da Umbanda integraria um plano do "astral superior" visando ao aprimoramento moral e material dos brasileiros. Por exemplo, Diamantino Trindade, ao contextualizar o surgimento da Umbanda, acentua que o advento do regime republicano e a libertação dos escravos representariam etapas necessárias para o aparecimento de uma religião tipicamente brasileira. Banindo a escravidão e a monarquia, o Brasil aproximava-se de um estágio mais próximo das conquistas da racionalidade humana, ao qual se vinculava a Umbanda. >>> Leia mais, clique aqui.


Notas

  • 1. BROWN, Diana. Uma História da Umbanda no Rio. In: BROWN et al. Umbanda e Política. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1985 p.10.
  • 2. Idem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário